quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Preciso U R G E N T E de transplante de medula !

Esse garoto chamado BRUNO EDSON MATOS DOS SANTOS 12 anos está precisando com urgência de um transplante de medula,ajude esse meninio voltar a sorrir,a ter uma vida normal com sua familia. O objetivo desta campanha é informar a maior quantidade de pessoas sobre o cadastro de possíveis doadores de medula óssea.

Minha comunidade no Orkut :
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=41108342

Emagrecer ajuda a reduzir risco de câncer, diz estudo

Emagrecer ajuda a reduzir o risco de câncer, mesmo que a pessoa não esteja acima do peso, indica um novo estudo internacional publicado nesta quarta-feira pela World Cancer Research Fund, uma organização de pesquisa sobre a doença.

Este é o maior estudo sobre a relação entre câncer e estilo de vida já realizado. Os pesquisadores analisaram dados de sete mil estudos anteriores e publicaram uma série de recomendações para diminuir os riscos. A conclusão foi que até um terço dos casos de câncer poderiam ser evitados se as pessoas mudassem seus estilos de vida. Entre as recomendações estão não engordar na vida adulta, evitar bebidas açucaradas (como refrigerantes, por exemplo) e não comer carne processada, entre elas presunto, bacon e salame.

As pessoas com índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 25 são consideradas saudáveis, mas o estudo afirma que o risco de desenvolver a doença aumenta à medida que o ICM se aproxima de 25. O documento recomenda que todos tentem ficar o mais próximo de 18,5 possível.


Recomendações

O câncer do intestino e de mama são algumas das formas mais comuns da doença, e o relatório afirma que há evidências "convincentes" de que a gordura corporal tem papel-chave no desenvolvimento desses tumores.Além de aconselhar a parar de comer carnes processadas, os pesquisadores dizem que as pessoas deveriam limitar o consumo de carne vermelha a 500g por semana.

O estudo também recomenda evitar bebidas alcoólicas, mas os pesquisadores aceitam que, se forem consumidas em pequenas quantidades, elas podem ajudar a evitar outras doenças.Refrigerantes e outras bebidas açucaradas devem ser evitadas porque engordam, e o consumo de suco de frutas também deve ser reduzido.O documento ainda recomenda a amamentação como forma de proteção contra o câncer, argumentando que ela pode reduzir os riscos de câncer de mama na mãe e ajuda a evitar a obesidade na criança - embora isso ainda não tenha sido provado.

Gordura

Os pesquisadores afirmam que a gordura corporal é um fator chave no desenvolvimento de câncer, estimando que sua importância é muito mais alta do que se pensava.Os autores do relatório produziram uma lista de recomendações, mas não "mandamentos". "Se as pessoas estiverem interessadas em reduzir o risco de desenvolver câncer, seguir essas recomendações é a melhor forma", disse um dos autores, o professor Martin Wiseman."O câncer não é destino, é uma questão de risco, e você pode ajustar esses riscos no modo como você se comporta. É muito importante que as pessoas se sintam em controle sobre o que estão fazendo."

Acredita-se que dois terços dos casos de câncer não estão relacionados a estilo de vida, e há muito pouco que as pessoas podem fazer para evitar a doença nessas circunstâncias.No entanto, mais de três milhões dos dez milhões de casos de câncer registrados no mundo anualmente poderiam ser evitados se as recomendações fossem seguidas, disse Wiseman.

BBC Brasil 31/10/2007 - 14h31

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Ajudem a divulgar por favor!

O pai do Marcio esta em estado terminal com leucemia, precisando de doador, repasssem essa mensagem para seus amigos no orkut, por e-mail, sites e blogs.

Obrigada.

sábado, 27 de outubro de 2007

Novo tratamento com células-tronco



Cientistas brasileiros estão otimistas com os resultados de um novo tratamento que usa células-tronco. os pacientes mostraram uma recuperação surpreendente.

Nádia, ex-estressada, ex-fumante. Depois de um infarte aos 47 anos, isqueiro agora é só para acender incenso e relaxar ao som de música clássica.
“Fazia aqueles exames rotineiros sem muito afinco e tal, mas assim o infarto foi de uma hora para outra”, conta ela.

Luiz Carlos ainda lembra do dia em que entrou na emergência do hospital com uma artéria do coração quase toda bloqueada.

Ele e Nádia foram salvos porque tiveram atendimento rápido, mas os dois ganharam ainda mais: foram convidados a fazer parte de uma pesquisa que promete revolucionar a vida de quem sobrevive ao susto e à dor de sentir o próprio coração falhar.

Eles e mais 28 vítimas de enfartes receberam, no coração, injeções de células-tronco. Retiradas da medula óssea de cada um, elas têm a capacidade de se transformar em células do músculo cardíaco. E foi o que aconteceu: a área afetada pelo enfarte teve grande recuperação em todos os casos.

Agora, os pesquisadores tiveram mais uma surpresa. Seis meses depois do implante de células-tronco, os médicos perceberam que havia algo diferente no coração dos ex-infartados. Eles estavam muito mais fortes, bombeavam muito mais sangue e, em alguns casos, como o do Luiz Carlos, a recuperação foi completa.

Com o coração mais potente, ele hoje sobe qualquer escada sem perder o fôlego. Antes do implante, não tinha forças para enfrentar dois degraus. “Coração novo, vida nova!”, diz ele.

“A força do coração é diretamente ligada à qualidade e à quantidade de vida dos pacientes. Se o coração tá mais forte, se espera mais qualidade e quantidade de vida”, afirma Hans Dohmann, diretor do Incor.

Para Nádia, também com 100% de recuperação, as células-tronco mandaram um recado feliz: a vida recomeçou aos 50.
Fonte : Jornal Nacional/O Globo.com/27.10.07

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

2- Diagnóstico

Diagnostica-se através de testes realizados no sangue e na medula óssea:


- Hemograma - Análises normais de sangue
- Medulograma – Após anestesia local, uma agulha específica é introduzida no osso da bacia ou no esterno. Uma amostra de medula óssea é retirada com uma seringa.
- Biópsia Óssea – Com uma agulha especial, uma pequeníssima porção de osso é removida.

Para além de se observarem às células com um microscópio, procuram-se também anomalias nos cromossomos e características específicas na membrana das células doentes.

1- O que é Leucemia

É uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea. A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.
Existem vários tipos de leucemia caracterizados pelo tipo de célula afetada.
Pode ser aguda ou crônica dependendo da velocidade de proliferação das células leucêmicas.

Os Síndromes Mielodisplásicos são doenças malignas em que a Medula Óssea não produz quantidade suficiente de células sanguíneas normais. Afeta os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nalguns casos, os Síndromes Mielodisplásicos podem evoluir para Leucemias Agudas.

Em cada ano aparecem 60 a 100 novos casos por cada milhão de indivíduos.
Alguns tipos de leucemia são mais freqüentes em determinados grupos etários:


- A Leucemia Linfoblástica Aguda é mais freqüente nas crianças e nos jovens.
- A Leucemia Mieloblástica Aguda é mais comum nos adultos.
- As Leucemias Crónicas ocorrem geralmente entre os 40 e 70 anos.



Os Síndromes Mielodisplásicos atingem, sobretudo pessoas entre os 60 e 70 anos.

Contudo, existem exceções.

Desconhece-se qual a causa específica desta doença. Os cientistas suspeitam que alguns vírus bem como fatores genéticos ambientais e imunológicos possam estar envolvidos.

Alguns vírus causam leucemia em animais. No homem causam apenas tipos muito raros de leucemia. Mesmo que tenha sido causada por um vírus, a leucemia não é contagiosa.

Poderá haver uma predisposição genética. Existem famílias (raras) em que as pessoas nascem com anomalias cromossômicas que poderão aumentar a probabilidade de virem a desenvolver a doença. Fatores ambientais com altas doses de radiações e exposição a certos produtos químicos tóxicos foram identificados como estando ligados ao aparecimento da doença. Mas isto só é verdade em casos extremos como nos sobreviventes da bomba atômica em Nagasaki e Hiroshima ou trabalhadores industriais do benzeno.

Pessoas com deficiências do sistema imunitário parecem ter um maior risco de desenvolverem doenças malignas porque o organismo perde a capacidade de resistir a células estranhas. Há evidência de que doentes tratados por outros tipos de câncer com quimioterapia e/ou radioterapia podem mais tarde vir a ter leucemia.

Os sintomas iniciais são geralmente a fadiga, perda de peso, palidez, infecções e hemorragias.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof - Parte V



Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof , médico hematologista. Especialista em tratamento de leucemias e linfomas, trabalha nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. - Parte V


Orientação para a família


Drauzio – Que orientação você dá para as famílias que têm um parente com leucemia?


Tabacof - Nos casos de leucemias agudas, a primeira coisa é identificar o cenário do tratamento. Sinceramente me preocupo muito com quem vai pagar a conta, porque o custo do tratamento é muito alto, pois requer internação hospitalar, transfusões de sangue e uso de drogas caras. É preciso saber se a pessoa tem convênio com direito a ser tratada no sistema privado ou se terá de recorrer ao sistema público de saúde.


Tão logo o paciente é internado no hospital, inicia-se o tratamento quimioterápico e é de extrema importância ele saber que há uma equipe multidisciplinar cuidando dele, que há médicos e enfermeiros preocupados que, em nenhum momento, o deixarão sem atendimento ou desamparado. Perceber que a equipe toda está a seu lado e ao lado da família participando e torcendo pelo êxito do tratamento dá muita força para o paciente.


Drauzio – Esse envolvimento da equipe com o paciente é fundamental para o tratamento. Infelizmente, no serviço público, ele é mais difícil e complicado.


Tabacof – No sistema em que trabalho, o sistema privado, no Brasil um privilégio de não muita gente, consegue-se prover os pacientes com essa retaguarda. No serviço público nem sempre isso é possível.

Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof - Parte IV




Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof , médico hematologista. Especialista em tratamento de leucemias e linfomas, trabalha nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. - Parte IV
Transplante de medula óssea
Drauzio – Em linhas gerais, como se realiza o transplante de medula óssea?
Tabacof – Há dois tipos de transplante: o transplante autólogo e o alogênico.O autólogo é, na verdade, uma quimioterapia em doses muito altas que leva à eliminação total das células do sangue e da medula óssea. Ela acaba com a leucemia, mas provoca também um esvaziamento total da medula óssea. Morrem as células boas e as ruins. Por isso, antes da quimioterapia, coletam-se células do sangue ou da medula óssea do próprio paciente, que são congeladas e guardadas. Terminada a quimioterapia, elas são devolvidas através da corrente sangüínea, como numa transfusão, e vão repovoar a medula. Essa estratégia mostrou-se útil na consolidação de algumas leucemias agudas.Para o transplante alogênico de medula óssea é sempre necessário encontrar um doador. Isso traz a vantagem de contar com uma medula sadia, sem células leucêmicas. Em geral, os irmãos costumam ser os melhores doadores.
O passo seguinte é submeter o paciente a uma quimioterapia em doses altas para eliminar a doença. Depois, as células do sangue ou da medula óssea retiradas do doador são injetadas no doente para repovoar sua medula. A pessoa passa, então, a produzir células sangüíneas absolutamente normais e, em certos casos, muda de tipo sangüíneo, pois adota o tipo sangüíneo do doador.
Drauzio – Isso quer dizer que um paciente de tipo sangüíneo A, recebendo o transplante de medula óssea de um doador de tipo O, pode deixar de ser A e passar para O?
Tabacof – Considerando o sistema ABO e RH, receptor e doador podem ser diferentes e o que recebe a medula pode assumir o tipo sangüíneo do doador. Doador e receptor, no entanto, não podem ser diferentes no sistema HLA, que representa um outro método de avaliar a compatibilidade para o transplante.
Drauzio – Nem todos os irmãos podem ser doadores?
Tabacof – Nem todos. A chance de um irmão ser totalmente compatível no sistema HLA é, em média, 25%. Quando isso ocorre, é uma boa opção utilizar a medula normal do irmão no tratamento da pessoa com leucemia.

Enxerto x hospedeiro
Drauzio – Em linhas gerais, o que é a reação enxerto versus hospedeiro que pode ocorrer nos transplantes alogênicos, isto é, quando a medula óssea de um doador é transplantada para um paciente com leucemia?
Tabacof – Por mais que se analise a tipagem HLA e se identifique a compatibilidade entre doador e receptor, assim que a nova medula se instala no paciente com leucemia, este passa a produzir as células do doador.O sistema imunológico do irmão, por exemplo, começa a reconhecer como estranhos os componentes do receptor e ataca seu fígado, tubo digestivo e pele. Está criada uma nova doença chamada ‘enxerto contra hospedeiro.
Drauzio – Nos transplantes de outros órgãos, o receptor pode rejeitar o enxerto. No de medula óssea, como o enxerto é composto por células imunocompetentes e o sistema imunológico do receptor está destruído, é o enxerto que rejeita o hospedeiro.
Tabacof – Exatamente. Nos transplantes de órgãos sólidos, como coração, fígado e rins, é preciso induzir imunodepressão no receptor para que ele não rejeite o órgão doado. No caso da doença enxerto contra hospedeiro, são as células da medula óssea do doador que agem contra o organismo do receptor.Trata-se de uma doença nova que não existe na natureza. Foi criada pelos homens fazendo os transplantes. É óbvio que existem técnicas para amenizar o risco. O primeiro passo é selecionar o melhor doador, o mais parecido, o mais compatível. O outro passo é deprimir a imunidade do receptor.
Ficando um pouco imunodeprimido, a tendência é não haver tanta rejeição da medula transplantada contra o hospedeiro. Existem drogas usadas profilaticamente que ajudam a evitar essa doença.

Avanço no tratamento das leucemias crônicas
Drauzio – Nos últimos anos, houve grande avanço no tratamento das leucemias crônicas.
Tabacof – Acho que um dos maiores avanços que presenciei no tratamento oncológico como um todo foi o surgimento de uma droga administrada por via oral e desenhada para tratar da leucemia mielóide crônica, doença incurável e para a qual, no caso de pacientes jovens, o único tratamento era o transplante alogênico com seus riscos e problemas.
Desde os anos de 1970, sabia-se que essa doença apresentava uma translocação balanceada entre o cromossomo 9 e o cromossomo 22, ou seja, uma troca de pedaços entre esses dois cromossomos que levava ao surgimento de um gene diferente. Na década de 1980, ficou evidente que esse gene alterado produzia uma proteína, na verdade uma enzima chamada tirosina-quinase, que era a causa desse tipo de leucemia.
A partir de então, pesquisadores e clínicos do mundo inteiro começaram a buscar substâncias que inibissem essa enzima e surgiu uma droga, melhor dizendo, uma pequena molécula que tomada por via oral, três ou quatro comprimidos por dia, resultou numa revolução no tratamento clínico da doença. Pacientes com leucemia mielóide crônica, que utilizam esses comprimidos, normalizam o hemograma e em muitos deles não se detecta mais a alteração cromossômica nem mesmo quando são aplicadas técnicas sofisticadas e sensíveis de análise.Além disso, os efeitos tóxicos dessa droga são discretos especialmente se comparados com os da quimioterapia. O único problema é seu custo que é bastante alto.
Drauzio – Estão curados esses doentes?
Tabacof - Como se trata de um tratamento relativamente novo, ainda é um pouco precoce dizer que os pacientes estejam curados, mas que o resultado clínico é fantástico ninguém pode negar.
Drauzio – Por que essa descoberta é tão importante?
Tabacof – Em oncologia, a grande maioria dos tratamentos foi descoberta empiricamente. Por tentativas de acerto e erro, foram identificadas várias substâncias da natureza – casca de árvore, plantas, etc. – que funcionavam como agentes quimioterápicos para atacar células tumorais. O imatinib, essa nova droga usada no tratamento da leucemia mielóide crônica, mudou esse paradigma porque foi desenhada uma molécula específica para combater um alvo determinado: a célula leucêmica.
Drauzio – Como os pacientes recebem o diagnóstico de leucemia e a perspectiva de eventualmente terem de submeter-se a tratamentos de alta agressividade?
Tabacof – Varia muito de um paciente para o outro. Se ele tem leucemia mielóide crônica, pode ser tratado com essa medicação nova sem ser internado em hospital. A leucemia linfóide crônica, a mais comum, também pode ser tratada com medicamentos relativamente simples, por via oral.
Nas primeiras consultas, procuramos explicar que há vários tipos de leucemia e desfazer o mito de que ela seja uma doença necessariamente fatal. Pacientes com leucemia crônica são convencidos de que a evolução mais lenta dessa enfermidade facilita o tratamento que avançou muito nas últimas décadas.
Embora os casos de leucemia aguda tenham apresentação clínica mais dramática por causa dos sintomas (sangramento, anemia, infecção e fraqueza) e da abordagem inicial bastante agressiva, como a melhora é mais ou menos rápida, os pacientes desenvolvem uma atitude positiva em relação ao tratamento e à doença.
Drauzio – Eles aceitam nesse momento que a doença pode ser curada?
Tabacof - Aceitam. Eles são informados de que o objetivo da quimioterapia é a cura. Em oncologia, muitos dos tratamentos são paliativos. Na leucemia aguda, no entanto, a proposta é curar o paciente. Às vezes, o tratamento inicial é muito agressivo, mas quando o paciente atinge a remissão, além de mostrar que a técnica terapêutica está dando resultado é um estímulo encorajador para ele.
Drauzio – Para os adultos, a remissão tem enorme impacto sobre a qualidade de vida. Eles sofrem com o tratamento agressivo, mas depois disso suas vidas melhoram bastante.
Tabacof – A qualidade de vida melhora muito. Eles entram em remissão, saem do hospital com o hemograma normal, sem nenhuma cicatriz e podem reassumir suas atividades. Depois, com calma, se estabelece a estratégia ideal de consolidação.É impressionante como as crianças toleram bem o tratamento. Você vê crianças com cateter central para receber a quimioterapia e as transfusões, caminhando pelos corredores do hospital, segurando o soro sem nenhum constrangimento. Em pouco tempo aquilo vira rotina de vida para elas.
Drauzio – Nos anos de 1970, curávamos entre 20% e 30% das leucemias infantis. E hoje, quais são os resultados?
Tabacof - Hoje, a possibilidade de cura da leucemia aguda infantil é muito alta. Gira em torno de 80% a 90% dos casos. Nos adultos, esses índices são mais baixos. Não trato crianças, mas a literatura confirma todos esses dados.

Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof - Parte III



Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof , médico hematologista. Especialista em tratamento de leucemias e linfomas, trabalha nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. - Parte III

Tratamento: indução da remissão



Drauzio – Quando o tratamento precisa começar o mais depressa possível porque o paciente está em risco, qual é a primeira medida que deve ser tomada?
Tabacof – Basicamente, na grande maioria das leucemias agudas, o tratamento começa pela quimioterapia. Tanto o tratamento da leucemia mielóide quanto o da linfóide, em geral, exige internação hospitalar e aplicação de um cateter central porque as veias dos braços não são suficientes para suportar a aplicação das drogas quimioterápicas e as transfusões necessárias.
Essa primeira fase do tratamento é chamada de indução da remissão e seu objetivo é matar, eliminar as células doentes, os blastos. Às vezes, em uma ou duas semanas eles somem do sangue porque são muito sensíveis à quimioterapia.Eliminados os blastos, há a recuperação das outras séries, porque eles deixaram de infiltrar a medula e os precursores das células vermelhas proliferam, assim como se normaliza a produção de hemoglobina e das plaquetas e o hemograma se restabelece nos níveis adequados.
Embora no início o tratamento seja bastante dramático e agressivo, em poucas semanas de internação hospitalar, há a indução da remissão. Um novo mielograma costuma revelar que não existe mais doença na medula óssea. O paciente atingiu de fato a remissão. Sabe-se, porém, que essa intervenção terapêutica não basta para eliminar de vez a leucemia. Podem ter sobrado pequenas quantidades de células doentes que farão a doença voltar invariavelmente. A indução é o primeiro passo para cura, mas se o tratamento parar aí, a doença recidiva.
Drauzio – Quanto tempo dura essa etapa do tratamento?
Tabacof – Em geral, dura mais ou menos um mês.

Tratamento: estratégias de consolidação
Drauzio – Como você dá continuidade ao tratamento?
Tabacof – O tratamento continua com as estratégias de consolidação. Existem estudos especializados que mostram qual a melhor consolidação para cada subtipo de leucemia. Se a pessoa tem determinada translocação em sua alteração genética, o melhor tratamento pode ser só a quimioterapia. O paciente recebe, então, mais três ou quatro ciclos de quimioterapia em doses convencionais. No entanto, o prognóstico pode ser tão desfavorável que a melhor conduta seja o transplante de medula óssea.
Drauzio – Vamos deixar claro que medula óssea não deve ser confundida com a medula espinhal.
Tabacof – Quando se fala em medula óssea estamos nos referindo à fábrica das células do sangue que fica dentro dos ossos, no tutano de ossos como o esterno, a bacia, o fêmur, etc. Não se deve confundir medula óssea com a medula nervosa ou espinhal que percorre o interior da coluna vertebral.

Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof - Parte II


Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof , médico hematologista. Especialista em tratamento de leucemias e linfomas, trabalha nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. - Parte II
Leucemia aguda e leucemia crônica
Drauzio – A diferença fundamental entre uma e outra é que o tipo agudo vem acompanhado de sintomas, anemia intensa, sangramentos, infecções, etc. Já o tipo crônico tem evolução lenta, às vezes completamente assintomática, e acaba sendo descoberto ocasionalmente. Como você avalia um doente com suspeita de leucemia?
Tabacof – A primeira coisa que se faz é pedir um hemograma para avaliar o grau de alteração nas várias séries do sangue. Dependendo do resultado, pode se fazer necessária a internação hospitalar porque paciente com número muito baixo de plaquetas, por exemplo, corre risco de hemorragia no cérebro, nos olhos, no aparelho digestivo e pode precisar de transfusões. A necessidade dessa abordagem terapêutica faz da leucemia aguda uma doença mais dramática e assustadora.
O diagnóstico da leucemia exige também a realização de testes especiais para identificar qual é o tipo da doença. Para se ter uma idéia só de leucemias mielóides agudas, as que acometem a linhagem dos neutrófilos ougranulócitos, há sete tipos diferentes. Um exame chamado mielograma, que consiste na aspiração do líquido da medula óssea, permite a análise direta do local afetado para identificar o tipo de célula que o está invadindo dessa forma anormal a ponto de impedir a fabricação dos outros elementos do sangue.E não é só. Além das antigas colorações químicas chamadas citoquímicas, recorre-se hoje a teste de imunofenotipagem, exame bastante sofisticado que, utilizando anticorpos, ajuda a caracterizéculas existentes na superfície da célula leucêmica.
Drauzio – Podemos dizer, então, que existe grande diversidade de glóbulos brancos ou leucócitos (linfócitos, neutrófilos, monócitos, etc.) e que há diversidade também entre glóbulos de uma mesma categoria. Os neutrófilos, por exemplo, não são todos iguais. Estabelecer critérios que permitam caracterizar essas diferenças é importante porque têm implicações no tratamento.
Tabacof –A análise da medula óssea com a fenotipagem para classificar exatamente o tipo da leucemia é importante para estabelecer a estratégia de tratamento. Hoje, a sofisticação é tal que se torna possível checar o que chamamos de cariótipos, ou seja, o tipo de mutação gênica que existe em determinada leucemia. Estudar o gene e até a alteração cromossômica é importante para nortear a decisão terapêutica.

Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof - Parte I

Dr. Drauzio Varella entrevista o Dr. Jacques Tabacof , médico hematologista. Especialista em tratamento de leucemias e linfomas, trabalha nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. - Parte I

Leucemia

A simples menção da palavra leucemia geralmente assusta muito as pessoas. Esse medo provém de duas fontes principais. Primeira: as leucemias são muito freqüentes em crianças e famílias atingidas por esse drama transmitem uma imagem dolorosa da doença. Segunda: no passado, eram enfermidades quase sempre fatais. Dizer que alguém tinha leucemia era praticamente um sinônimo de sentença de morte num prazo curto.Esse panorama mudou muito. Para as leucemias agudas, de início abrupto e evolução rápida, e para as leucemias crônicas, de evolução mais lenta e muitas vezes assintomáticas e descobertas num exame de sangue de rotina, há métodos que permitem diagnóstico preciso.

Na verdade, o que chamamos de leucemia é um agrupamento de doenças diferentes entre si, que exigem tratamentos complexos e de alta diversidade. Felizmente, hoje, muitos casos de leucemia podem ser curados e, mesmo que não o sejam, a sobrevida dos pacientes pode ser aumentada em muitos anos com o tratamento.

Definição

Drauzio – O que é realmente a leucemia?

Tabacof – Leucemias são cânceres dos leucócitos, os glóbulos brancos que estão nos gânglios linfáticos e na corrente sangüínea. As leucemias caracterizam-se, portanto, por uma proliferação anormal e desordenada de glóbulos brancos que provoca grandes alterações na contagem das células do sangue.Todas as células do sangue - glóbulos brancos (células de defesa do organismo), glóbulos vermelhos (cuja função é transportar oxigênio para órgãos e tecidos) e plaquetas (células responsáveis pela coagulação) - são fabricadas dentro da medula óssea, no tutano do osso e nos gânglios linfáticos.Existem vários tipos de leucócitos, ou glóbulos brancos. São os linfócitos, neutrófilos, monócitos, por exemplo.

Na leucemia, a produção totalmente desordenada dos leucócitos faz com que seu número aumente consideravelmente. Num hemograma, em vez de aparecerem de 5 a 10 mil glóbulos brancos, aparecem 90, 100 mil. Isso altera a produção das outras séries, ou seja, das plaquetas e glóbulos vermelhos, acarretando uma queda expressiva no número de plaquetas. De 150/200 mil, elas podem cair para apenas 5 mil. Outra manifestação importante da doença é a anemia porque os níveis de hemoglobina também desabam. Essas alterações todas são detectadas no hemograma, um exame de sangue bastante simples, e acontecem porque as células leucêmicas se proliferam de forma desordenada e começam a ocupar a medula óssea.

A grande característica da leucemia, portanto, é o surgimento de quantidades muito grandes de leucócitos anômalos. São leucócitos doentes que além de perder a função de defesa do organismo, ocupam a fábrica e reduzem o espaço para a fabricação dos outras células que compõem o sangue. A falha na produção dos glóbulos vermelhos e plaquetas provoca manifestações clínicas que incluem anemia, fraqueza, palidez, cansaço, hemorragia, sangramentos no nariz e na gengiva, manchas vermelhas na pele e infecções. Esses sinais são próprios da leucemia aguda. Existem, porém, as leucemias crônicas que na maior parte das vezes são detectadas num hemograma rotineiro. Em geral, a pessoa não sente nada, faz um check-up ou um exame de sangue por qualquer motivo e constata alterações significativas na contagem das células do sangue.

Ajuda-te a ti mesmo

NEUROCIÊNCIA

[...] O efeito placebo deixou de ser considerado mera sugestão e ganhou status de tratamento por si só

Toda vez que se testa um novo medicamento, é preciso determinar se a substância é inerentemente ativa, capaz de agir sobre o corpo da maneira desejada -como antiinflamatório, antidepressivo ou anti-histamínico, por exemplo. De praxe, os efeitos da substância são testados inicialmente sobre células cultivadas em laboratório e comparados aos efeitos de outras sabidamente inócuas, como uma solução salina ou farinha. Sobre células em cultura, o efeito dessas substâncias-controle é, de fato, nenhum -um ótimo referencial para saber se a droga em teste funciona.

No entanto, quando se passa à fase seguinte e o teste é repetido com pessoas, surpresa: vezes demais, pílulas da substância inerte -o placebo- surtem o efeito desejado. Esse é o efeito placebo: uma melhora semelhante à proporcionada por terapias, mas que ocorre na ausência de uma intervenção intrinsecamente terapêutica. Se o medicamento não é real, o efeito também não deveria ser. E assim se criticava o efeito placebo como mera sugestão, uma falsa crença do paciente, que se acreditaria melhor sem que houvesse melhorado de fato -e, portanto, um empecilho à medicina, pois fazia com que os medicamentos parecessem ineficazes.

Afinal, como acreditar em um tratamento quando substâncias inertes também surtem efeito? Foi no final dos anos 1990 que o efeito placebo deixou de ser considerado empecilho ou mera sugestão e ganhou status de tratamento por si só, digno de pesquisa científica sobre seus mecanismos, pois a melhora que ele proporciona é real -embora seja fruto de sugestão, de fato. O efeito placebo depende da simulação psicossocial de uma terapia, o que surte efeitos biológicos sobre o cérebro: na expectativa de se sentir melhor, ele vai provocando desde já alterações em seus sistemas internos de analgesia, de motivação e de controle da resposta ao estresse. Por isso, a farinha na comida de todos os dias não tem qualquer efeito terapêutico, mas uma pilulazinha tomada como "remédio" pode eliminar a dor, elevar a função imunitária e mexer nos seus hormônios.

Aumentando a liberação de dopamina e de substâncias semelhantes ao ópio produzidas por ele mesmo, o cérebro aplaca suas dores, aumenta sua motivação e melhora a sensação de bem-estar como um todo. Mesmo que não cure tumores, infecções graves e tantas outras doenças fora de sua alçada, o efeito placebo é a maneira de o seu cérebro ajudar a si mesmo -inclusive a ir buscar mais ajuda.
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SUZANA HERCULANO-HOUZEL, neurocientista, é professora da UFRJ e autora de "O Cérebro Nosso de Cada Dia" (ed. Vieira & Lent) e de "O Cérebro em Transformação" (ed. Objetiva) suzanahh@folhasp.com.br

Sem receita médica - Riscos de automedicação incluem os remédios de venda livre


Riscos de automedicação incluem os remédios de venda livre; veja cuidados que devem ser tomados com medicamentos como antigripais, analgésicos, colírios e descongestionantes
Caminhar por uma farmácia grande, daquelas com muitas prateleiras ou gôndolas, tem o efeito de passear num shopping ou num supermercado: funciona como um convite para encher a cestinha com comprimidos para dor de cabeça, para indigestão, para descongestionar o nariz num desses dias secos ou para uma eventual irritação nos olhos.
A sacola sai recheada de remédios que, apesar de serem vendidos livremente, não são inofensivos. A automedicação é arriscada também com os produtos que não exigem receita médica. "Sabemos que 40% das intoxicações são resultado do uso incorreto de medicamentos -incluindo os de venda livre", alerta Raquel Rizzi Grecchi, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Segundo ela, o conselho está discutindo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a necessidade de esses remédios irem para junto daqueles que necessitam de receita médica -nas prateleiras atrás do balcão. "Há pessoas com restrição a componentes, remédios que dão reações se tomados com outros, substâncias que mascaram ou agravam doenças", diz, lembrando que a medida faria com que o consumidor tivesse a oportunidade de receber esse tipo de orientação dos farmacêuticos.
Na semana passada, nos Estados Unidos, um comitê da FDA (Food and Drug Administration), órgão do governo que regulamenta o mercado de medicamentos, sugeriu que remédios contra resfriados (antigripais) e contra tosse vendidos sem receita não funcionam em crianças abaixo de seis anos e deveriam ser submetidos a mais estudos. Enquanto a eficácia é discutida, os efeitos adversos desses medicamentos já são conhecidos. Saiba, a seguir, quais são os principais cuidados que devem ser tomados com antigripais e outros remédios que não precisam de prescrição para serem levados para casa.

antialérgicos
Se uma reação alérgica é desencadeada pela presença de ácaros no carpete, não adianta se entupir de antialérgicos sem cortar o mal pela raiz. A medicação é um paliativo, mas não resolve o problema. "Eventualmente, ela será indicada em um processo agudo, mas é preciso ir atrás das causas do processo alérgico", diz Peter Liquornik, membro do departamento científico de pediatria ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Um dos efeitos adversos que os antialérgicos podem causar é a sonolência. "Por isso, cuidado para não se medicar e sair dirigindo", alerta. A locutora Letícia Beringhs Barone, 26, tentou durante três anos combater suas crises de bronquite com antialérgicos de venda livre. "A automedicação mascarou um problema sério de pulmão e fui parar na UTI. Fiquei em coma por cinco dias", conta. Letícia teve broncoespasmo, uma crise forte de bronquite que a impedia de respirar direito. Hoje, ela usa um remédio preventivo com acompanhamento médico.
A farmacêutica Renata Mazza Haimoff, 27, também teve problemas com a automedicação. "Enquanto fazia uso dos antialérgicos por conta própria, eu costumava ter muito sono durante o dia. Cheguei também a sentir palpitações", relata, dizendo que, depois de ir ao médico, descobriu que a medida que acabaria com o seu problema seria adotar mudanças na alimentação. Anti-histamínicos em geral não costumam ser indicados para idosos, que podem apresentar tontura, boca seca e escurecimento da visão, e para crianças, que costumam ficar mais estimuladas, levando a casos de hiperatividade e insônia.

descongestionantes
É comum encontrar as pequenas e práticas embalagens em bolsas, cabeceiras ou mesas de trabalho. Imaginando que está tratando o problema, quem costuma usar descongestionante nasal pode estar contribuindo para o aparecimento de doenças no sistema respiratório, como sinusite crônica (infecção dos seios da face). "O descongestionante é um vasoconstritor. Em contato com a parte interna do nariz, as gotas contraem as artérias e tiram o sangue do local", diz Richard Voegels, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia.
É nesse momento que surge a sensação de que a medicação "abriu" a via nasal. Ao comprimir os vasos sangüíneos, as gotas de fato facilitam a passagem do ar, mas, assim que passa o efeito, o nariz fica cheio de sangue novamente. Às vezes, mais congestionado do que antes. "O que a pessoa faz? Vai correndo pingar o remédio de novo", alerta Voegels. Segundo ele, esse é o primeiro passo para se viciar nas gotinhas. O uso freqüente faz com que os vasos se contraiam cada vez menos, o que leva o paciente a apostar em doses maiores nas aplicações seguintes para tentar alcançar o mesmo efeito.
Uma possível conseqüência do mau uso do remédio é a rinite medicamentosa, uma inflamação que, em casos mais graves, chega a levar à perda do olfato. A professora Ismênia Serra Machado, 27, pingou tanto descongestionante no nariz que teve a doença. "Eu usava o dia todo e criei uma necessidade psicológica. Quando chegaram a rinite e umas palpitações, procurei um otorrino, que me advertiu sobre as conseqüências do uso indevido." A utilização em excesso desse medicamento pode afetar ainda o coração. Os descongestionantes têm derivados da adrenalina em sua fórmula. Caindo na corrente sangüínea, a substância acelera a freqüência cardíaca e aumenta a pressão.
Exatamente por isso, esse tipo de medicamento não é recomendado para crianças, mulheres grávidas e hipertensos nem para quem tem glaucoma, problemas cardíacos e de próstata. Outro tipo de substância com efeitos nocivos à saúde são os conservantes, encontrados em vários medicamentos utilizados diretamente no nariz -inclusive nos descongestionantes. Estudo publicado na revista "Archives Otolaryngology Head Neck Surgery" mostrou que uma dessas substâncias (o cloreto de benzalcônio) pode causar crises de broncoespasmo e de asma e rinite medicamentosa.

analgésicos
Aparentemente inocente, o uso diário de analgésicos -os campeões entre os remédios de venda livre, segundo o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo- pode transformar uma dor de cabeça em problema crônico. "Quem tem dores esporádicas e começa a tomar muito esse medicamento corre o risco de ficar com dor todos os dias", alerta o neurologista Mario Peres, do hospital Albert Einstein. Peres chama a atenção para o fato de que muitos analgésicos contêm cafeína, podendo causar ansiedade e insônia. A falta de sono, não raramente, faz agravar o quadro de dor. "O analgésico não é um tratamento para a cefaléia de nenhum nível.
Ele serve, no máximo, como paliativo para amenizar dores esporádicas", diz Peres. Como esporádicos, ele define casos que aconteçam no máximo uma vez por mês. Acima dessa freqüência, é preciso fazer um tratamento preventivo, com orientação médica. O perigo de dependência de analgésicos em pacientes com esse problema começa antes mesmo do aparecimento dos sintomas de uma nova crise. "Os pacientes tomam o remédio pelo simples medo de ter dor. É o que chamamos de cefalaugeafobia", diz o neurologista, que fez um estudo sobre o fenômeno.
A professora de inglês Débora de Lorenzo, 47, sofre com dores de cabeça desde os 22 anos. Quando percebeu que o excesso de analgésicos estava piorando as dores, procurou um médico. "Foi uma surpresa quando descobri que a solução para a minha enxaqueca não estava no analgésico, mas no abandono dele, seguido de uma mudança nos hábitos alimentares e de sessões de terapia, que ajudam a controlar a minha ansiedade", conta.

antigripais e xaropes
A primeira providência antes de tomar remédios para tosse, nariz escorrendo e dor de garganta é diferenciar gripe de resfriado. A gripe é uma doença que costuma, além de atingir o aparelho respiratório, causar dores musculares e febres altas. É causada pelo vírus influenza e costuma demorar uma semana para passar. Não existe remédio que combata o vírus -os medicamentos conhecidos como antigripais têm o objetivo de aliviar, na verdade, os sintomas semelhantes aos de resfriados, como indisposições, nariz entupido, dor de garganta e febre baixa.
Causado por mais de 200 tipos de vírus, o resfriado tem incômodos mais leves que os da gripe e demora até quatro dias para passar. Em razão da variedade de sintomas, as fórmulas desses medicamentos costumam ser compostas e unir analgésico, antitérmico, anti-histamínico e broncodilatador. Como muita gente não sabe da presença da diversidade de componentes, o primeiro alerta dos médicos é para o risco de hiperdosagem. "Tem gente que, com o antigripal, toma um analgésico. Se a fórmula já traz essa substância, ingerir outro remédio com a mesma função pode acarretar problemas hepáticos", diz Peter Liquornik, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
No caso de o comprimido ter também efeito anti-histamínico, há perigo de secura de mucosas (membranas que recobrem o aparelho respiratório). Com isso, a garganta e as vias nasais se irritam e começam a incomodar. Já a presença do broncodilatador, além de ser dispensável para quem não tem asma brônquica ou bronquite, pode levar a taquicardias. Quanto aos xaropes, segundo Paulo Olzon, clínico-geral e chefe da disciplina de clínica médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), há dois tipos: um para fluidificar a secreção (usado nos casos em que o paciente tem muito catarro preso) e outro para inibir a tosse (indicado em crises agudas e recorrentes). "Mas, em alguns casos, a secreção aumenta em decorrência da irritação provocada pelo próprio medicamento", diz Olzon. Segundo Peper Liquornik, os xaropes podem mascarar alguns sintomas, permitindo que outras doenças evoluam.

antiácidos
Tomar um antiácido alivia os sintomas da indigestão em minutos. "O efeito é rápido, mas geralmente a azia volta, e será preciso tomar o efervescente outra vez", diz o clínico-geral Paulo Olzon. Ele explica que, apesar de o bicarbonato de sódio -um dos principais componentes da fórmula- promover a rápida neutralização da acidez no estômago, ele acaba favorecendo, como efeito secundário, a maior produção de ácido. "Quem toma antiácidos para qualquer coisinha pode começar com uma azia e terminar com uma gastrite", alerta o clínico-geral. É preciso também ficar atento à presença de analgésicos na fórmula.
Dependendo da composição, o efervescente não será recomendado para quem tem gastrite ou úlcera, já que pode irritar a mucosa do estômago e causar sangramento no aparelho digestivo. Outro perigo está na reação que o antiácido pode provocar quando interage com outros medicamentos. Também por isso, não é recomendado para pessoas com hipertensão ou problemas cardíacos e renais.
Para quem tem episódios esporádicos de indigestão, a recomendação é esperar o mal-estar passar. Se os sintomas se prolongarem por uma semana ou mais, o ideal é procurar um médico.
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Fonte : PRISCILA PASTRE-ROSSI da reportagem local Folha de S Paulo-equilíbrio

Como ser um Doador Voluntário de Medula Óssea

Milhares de pacientes com leucemia e outras doenças graves do sangue têm como única esperança de cura um transplante de medula óssea (TMO). É importante enfatizar que a Medula Óssea é diferente da Medula Espinhal e que o material coletado do doador não é retirado da Medula da Coluna Vertebral. Portanto, não confunda medula óssea com medula espinhal e saiba que ninguém "vai tirar um pedaço de sua espinha" se você for um doador.


Como o sangue, a medula óssea não é um órgão sólido e sim um tecido líquido (a fábrica do sangue) que fica dentro dos ossos (principalmente dos ossos do quadril) e é renovada constantemente pelo nosso organismo. Em caso de doação, a medula óssea é retirada (aspirada) em pequena quantidade (3% a 5%) dos ossos do quadril, através de punções (agulhas especiais) sob anestesia e sem cortes.

Essa pequena doação não vai lhe fazer falta, pois, a medula óssea doada será recomposta em apenas 15 dias. Você também não precisa morrer para ser um doador de medula óssea, pois, esse tipo de doação somente é feito em vida. O seu tipo sangüíneo não precisa ser o mesmo do paciente. O doador não é prejudicado e volta a sua rotina diária um ou dois dias após à doação. Será um incômodo passageiro para você, porém, sua doação salvará uma vida.

A maior probabilidade para um paciente é encontrar um doador entre seus irmãos e irmãs. Entretanto, somente 30% dos pacientes conseguem um doador compatível entre membros de sua família. A probabilidade de encontrar-se um doador compatível fora do núcleo familiar pode ser de UMA EM UM MILHÃO, Fatores étnicos têm um papel fundamental, pois, um paciente necessitado de um transplante tem maiores chances de encontrar um doador compatível entre pessoas de sua mesma raça ou grupo étnico.

Quanto mais doadores voluntários brasileiros (e latino-americanos em geral) estiverem inscritos nos cadastros de medula óssea, maiores serão as chances de pacientes brasileiros que precisam de um transplante de medula óssea (TMO) encontrarem doadores compatíveis. Lembre-se de que ninguém está imune ao câncer. Seja solidário.

Seja um doador em vida de medula óssea, pois, alguém de sua família pode precisar de um doador no futuro e até mesmo você. Você precisa ter boa saúde e idade entre 18 a 55 anos. Quando você inscreve-se em um cadastro de doadores voluntários de medula óssea, você não vai doar a medula óssea de imediato (não há armazenamento de medula nos cadastros). Você fará um simples exame de sangue e seus dados genéticos serão colocados em um computador. Somente se você for compatível com algum paciente (é necessário milhares ou até milhões de doadores cadastrados para o paciente ter uma chance), você será chamado para fazer novos exames de sangue e, se for o caso, após a sua saúde ser avaliada, doará um pouco de sua medula óssea.

Em um transplante, a nova medula sã do doador substitui a medula doente do paciente. Através de quimioterapia e radiação a medula do paciente é destruída e a nova medula doada toma o seu lugar. O transplante para o paciente é feito como uma transfusão de sangue. A nova medula irá proporcionar ao paciente células troncos que irão crescer, dividir e maturar, transformando-se em todos os tipos de células sangüíneas necessárias. Entretanto, somente uma minoria acaba realizando a doação, pois, a compatibilidade é muito difícil de ocorrer. Assim, muitos pacientes morrem antes de encontrar um doador compatível.

Saiba mais sobre Transplante e Doação de Medula Óssea

O Transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e algumas outras doenças do sangue.

Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar Medula Óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, através de punções e se recompõe em apenas 15 dias.

Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as medulas do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a UMA EM UM MILHÃO.

Por isso, são organizados Bancos de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação. Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.

Você gostaria de doar?

1. Você precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde.
2. Ligue para o Disque Saúde 0800 611997, para o CEMO - Centro de Transplante de Medula Óssea (21) 2506 6215 ou REDOME - Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea, do INCA, no Rio de Janeiro: (21) 2233 9716.
3. Será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (10ml).
4. Seu sangue será tipado para HLA, que é um teste de laboratório para identificar sua genética.
5. Seu tipo de HLA será colocado em nosso cadastro.
6. Quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada.
7. Se você for compatível com o paciente, outros exames de sangue serão necessários.
8. Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir quanto à doação.
9. Seu atual estado de saúde será então avaliado.
10. A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas.


Fonte: INCA - CEMO - Praça Cruz Vermelha-Rio de Janeiro-RJ
Tel.: (21) 2506-6214 Fax: (21) 2506-6691
Copyright © 1996-2003 INCA-Ministério da Saúde Gerenciado pelas divisões de Comunicação Social e Informática

Site : www.inca.gov.br/cemo/doacao.html

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Filme de Janayna Star

Estudo sinaliza nova esperança para portadores de leucemia

Fonte : Agência Estado - 06:04 29/08 - Por Sofia Celere
CAMPOS DO JORDÃO - Cansaço, dores pelo corpo, dor de cabeça e no tronco, falta de ar e sensação de baixo condicionamento físico – facilmente confundidos com sintomas do estresse do cotidiano da vida moderna – podem esconder uma doença grave tipicamente adulta, já que atinge principalmente pessoas na faixa dos 35 anos: a Leucemia Mielóide Crônica (LMC). De tratamento complexo e índice de cura pouco satisfatório, a LMC pode deixar de ser um fantasma na vida de muita gente depois do resultado de um estudo realizado por médicos de cinco países da América Latina, inclusive o Brasil.

Apesar do resultado completo estar prometido para só ser publicado no final do semestre por uma revista científica internacional, a britânica "Bone Marrow Transplantation", a Agência Estado teve acesso com exclusividade à melhor notícia do trabalho: chegou a 90% o índice de sobrevida dos pacientes estudados transplantados.

A técnica utilizada pelos pesquisadores foi a do transplante de intensidade reduzida, popularmente conhecida como mini-transplante de medula óssea. Uma modalidade considerada nova se comparada ao Transplante de Medula Óssea (TMO) convencional. Há menos de uma década na literatura médica, o mini-transplante é indicado a pessoas mais idosas ou mais debilitadas, em que o TMO, existente há cerca de 40 anos, não seria possível. O mini-transplante é considerado menos agressivo.

Numa escalada incansável para ampliar as indicações de doenças e quadros clínicos em que o mini-transplante pode ter sucesso, diversas pesquisas têm surgido em todo o mundo, principalmente na Europa. Um grupo de cientistas latino-americanos decidiu integrar as pesquisas de vários países da América Latina. Em 2001, cerca de 20 deles fundaram um grupo de cooperação científica nos transplantes e doenças onco-hematológicas, o Lacohg (Latin American Co-operative Onco-Hematology Group). O estudo é o primeiro artigo resultado deste grupo de interesse científico, que hoje já conta com mais de 50 especialistas do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela, México, Panamá e Costa Rica.

O médico Cármino Antônio de Souza, 54 anos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, especialista em transplante de medula, membro do estudo do Lacohg com portadores da Leucemia Mielóide Crônica, acredita que a pesquisa abre um feixe de luz e esperança para muitos pacientes de todo o mundo.

Dos 24 doentes que receberam o mini-transplante, segundo Souza, 90% estão vivos e sem a doença cinco anos após o procedimento. Um índice a ser comemorado, já que a média alcançada com o TMO, principal alternativa usada ultimamente, gira em torno dos 60%.

Dos pacientes com a doença onco-hematológica estudados, três são brasileiros, sendo duas mulheres e um homem, com idade média de 33 anos. Todos foram submetidos ao procedimento na Unicamp e continuam vivos e saudáveis, cinco anos depois. O prazo é considerado importante no meio científico para validar a eficácia da terapia.

Outros cientistas participaram do estudo que será apresentado à comunidade científica no final do ano. Eles são do México, Venezuela, Peru e Colômbia, mesma origem dos demais pacientes transplantados.

O primeiro passo, após constatar as condições clínicas dos portadores da LMC para a realização do mini-transplante, foi a identificação de um doador compatível, boa parte encontrada na própria família. Depois do procedimento eles receberam acompanhamento da equipe brasileira, do mesmo modo que os pacientes dos demais países, conforme o rigor científico exigido. "Este estudo colaborativo é muito importante, pois mostra a factibilidade deste tipo de tratamento neste tipo de doença e poderá ser aplicado por outros centros", acredita Souza.

No mini-transplante a substituição da medula doente é feita gradativamente. "A célula-tronco ou periférica do doador é infundida aos poucos, até que prepondere sobre a doente. O processo leva de dois a seis meses para ser concluído", explica Souza. O método também diminui o tempo de internação.

Os medicamentos da quimioterapia podem ser ministrados por via oral, em casa. Do mesmo modo, os outros que vão garantir o restabelecimento do paciente. Isso facilita em muito a vida do transplantado, considerando, ainda, os efeitos psicológicos.

O onco-hematologista espanhol Jorge Sierra, 48 anos, da Universidade Federal Saint Paolo, de Barcelona, aplica o método do mini-transplante desde que ele surgiu na literatura médica, há oito anos, mas nunca o fez em pacientes com LMC. "Acredito que a tendência é que o mini-transplante se torne mais usual e com aplicação mais ampla nos próximos anos. Estudos, como este latino-americano, sinalizam para isso", considera Sierra.

ANORMALIDADE GENÉTICA

A Leucemia Mielóide Crônica é caracterizada por uma anormalidade genética que foi chamada de cromossomo Philadelfhia, uma vez que foi descoberta na Universidade da Pensilvânia (EUA). Além dos cromossomos sexuais (XX na mulher e XY no homem), o ser humano tem outros 44 divididos em 22 pares numerados de 1 a 22. O Philadelphia é uma falha que ocorre nos de número 9 e 22, que se quebram e trocam partes entre si. Trata-se, portanto, de uma anormalidade genética adquirida, não hereditária.

A maioria dos pacientes vê seus sintomas se desenvolverem gradualmente. Pode começar com um cansaço sem muita explicação, mal-estar súbito que passa a ser freqüente, falta de fôlego nas atividades físicas, dores pelo corpo e até um estado febril. Palidez, por conta da anemia, desconforto do lado esquerdo do abdômen devido ao aumento da dimensão do baço, suor noturno, perda de peso e intolerância a temperaturas mais altas completam o quadro dos sintomas típicos da LMC.

A maioria só descobre o problema de seu DNA depois dos 30 anos, em média, quando a leucemia mais se manifesta. Para se ter uma idéia, a freqüência deste tipo de leucemia é de 1 para 1 milhão de crianças até 10 anos, ao passo que sobe de 1 para 100 mil entre os adultos.
Em geral, os sintomas sem explicação aparente levam o paciente ao médico, que com a hipótese da LMC pede um hemograma. O exame de sangue do leucêmico apresentará uma contagem alta de glóbulos brancos, com proporção maior de células maduras do que imaturas. Isto mostra o mau funcionamento da medula óssea, responsável pela fabricação das células do nosso corpo. Por isso, o diagnóstico preciso depende do estudo da medula por meio de dois exames: o mielograma e o citogenético.

Sem o diagnóstico adequado e o tratamento indicado, a LMC pode evoluir para um quadro de maior dificuldade de reversão. É a chamada fase acelerada, que pode levar ao desenvolvimento da Leucemia Mielóide Aguda ou da Leucemia Linfóide Aguda, modalidades ainda mais graves.
As opções terapêuticas, além de raros medicamentos que agem como imunoterápicos e quimioterápicos, estavam voltadas para o transplante de medula óssea convencional. Só que este impõe muito mais restrições que o mini-transplante. Logo, havia mais chances do paciente morrer na busca da cura, sobretudo os que apresentavam um estágio mais avançado da leucemia. O estudo latino-americano pode ser a esperança para estes casos.

DIAGNÓSTICO - R.C.D., hoje com 41 anos, descobriu aos 29 que tinha Leucemia Mielóide Crônica. Tinha uma vida normal e conta que adorava passear no Parque o Ibirapuera, na capital paulista, pelo menos três vezes por semana. Numa das caminhadas sentiu muito cansaço, depois tontura. O mesmo ocorreu no fim de semana seguinte, após uma semana inteira de muita vontade de dormir. Pensou que fosse a rotina de trabalho associada aos estudos e às "saídas noturnas com o pessoal da faculdade".

Ele cortou as noitadas, mas não adiantou. A insistência da sonolência inexplicada, as vertigens e uma dor do lado esquerdo fizeram com que procurasse um médico e tivesse o diagnóstico. Um dos irmãos era compatível e ele fez o Transplante de Medula Óssea (TMO). Já se sentia curado. Seis anos depois os sintomas voltaram. Uma recidiva da doença. Outro TMO. "A terapia do transplante convencional é muito sofrida. Apesar de ter confiança que desta vez estou curado e não precisarei da nova técnica, fico feliz pelo resultado da pesquisa, ainda mais que tem participação nacional e abre mais chances para meus compatriotas", considera.

Missa de sétimo dia de nossa amada estrela Janynha Star

Repassando de nosso querido LÉO ANJUSS


Dia : 25/10/2007
Horário : 20:00 hs
Local : Escola Elisa Duboc Garcia
Endereço : Rua da Fazenda esquina com Avenida Latuf Salomão - Ribeirão Preto-SP



Links de Vídeos da Janayna Star

http://br.youtube.com/watch?v=VgN5ubaNPmU

http://br.youtube.com/watch?v=CQ3HeMhOLro

http://video.google.com/videoplay?docid=-4281020461936715685

http://br.youtube.com/watch?v=4UkMBYOpPlE

http://br.youtube.com/watch?v=mb41gN-yaLQ


Frases de Janayna Star


"QUANDO AS MÃOS SE ENTRELAÇAM A DOR DIMINUI""


"LUTAR SEMPRE VENCER SE POSSIVEL DESISTIR JAMAIS"