terça-feira, 23 de outubro de 2007

O que é leucemia ?

Índice

• O que é leucemia ?
• Tipos de leucemia
• Sintomas
• Diagnóstico
• Possíveis causas
• Tratamento
• Pesquisas

O que é leucemia?

O termo leucemia significa literalmente “sangue branco”. Talvez por isso algumas vezes a enfermidade é popularmente descrita como “a doença que faz o sangue virar água”.

O termo leucemia é utilizado para descrever uma variedade de tipos de câncer que são originados nos tecidos que formam o sangue, na medula óssea.
Medula óssea é uma substância viscosa (popularmente chamada de tutano) localizada dentro dos maiores ossos do corpo humano, onde ficam as células-tronco, responsáveis pela produção de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas, que compõem o sangue.
Na leucemia, a medula óssea produz uma grande quantidade de glóbulos brancos doentes, ou imaturos, também chamados de blastos, que ficam impossibilitados de cumprirem sua função normal.

Quando as células leucêmicas começam a se infiltrar na medula, a produção de glóbulos vermelhos saudáveis, plaquetas e glóbulos brancos diminui. Com a diminuição no número de células normais, os sintomas aparecem. Uma baixa contagem de glóbulos vermelhos causa anemia, fadiga e palidez. Uma quantidade abaixo do normal de plaquetas pode resultar em hemorragias e hematomas. E a deficiência de glóbulos brancos faz com que o corpo não tenha como se defender de infecções, vírus e bactérias.

Se glóbulos brancos maduros começam a aumentar excessivamente, o paciente passa a ter pouca ou nenhuma resistência contra outras doenças.

A leucemia pode se desenvolver em adultos e crianças, homens e mulheres. Assim como outros tipos de câncer, ela não é contagiosa. Não se "pega" leucemia, a doença surge através de um desequilíbrio nas células que formam o sangue. Ainda não são conhecidas todas as causas para o surgimento da doença, mas alguns indícios que podem aumentar a probabilidade de seu desenvolvimento: exposição a determinadas substâncias (como por exemplo o benzeno) ou radiações, quadros de anemia grave e predisposição genética são alguns destes fatores.

Tipos de Leucemia

Existem vários tipos de leucemia, que são agrupados em duas categorias principais. Uma delas diz respeito à velocidade com que a doença avança, e a outra sobre quais tipos de células sanguíneas são afetadas.

A leucemia pode ser aguda ou crônica. Na leucemia aguda, células anormais chamadas blastos permanecem imaturas e se tornam incapazes de desempenhar suas funções. O número de blastos aumenta rapidamente, e a doença se manifesta em grande velocidade.

Na leucemia crônica, algumas células do tipo blastos também se encontram presentes, mas em geral estas células apresentam-se mais maduras e podem desempenhar algumas de suas funções. Além disso, o número de blastos não se multiplica tão rapidamente quanto no tipo agudo. Como resultado, a leucemia crônica avança gradualmente.

A leucemia pode se desenvolver em um dos dois tipos principais de glóbulos brancos do sangue: nas células linfóides ou nas células mielóides. Quando a enfermidade atinge as células linfóides, é chamada de leucemia linfóide, linfoblástica ou linfocítica. Quando atinge as células mielóide, é chamada de leucemia mielóide ou mielógena.

Os tipos mais comuns de leucemia são:

- Leucemia linfóide aguda (LLA)
É o tipo mais comum entre crianças. Também pode afetar adultos, principalmente com mais de 65 anos;
- Leucemia linfóide crônica (LLC)
Mais freqüente em adultos com mais de 55 anos, sendo que também pode acometer jovens. Raramente afeta crianças.
- Leucemia mielóide aguda (LMA)
Pode ocorrer tanto em adultos como em crianças. Também pode ser chamada de leucemia não-linfocítica aguda (LNLA).
- Leucemia mielóide crônica (LMC)
Ocorre principalmente em adultos. Um número bastante pequeno de crianças desenvolve este tipo de doença.
- Leucemia das células pilosas
É um tipo incomum de leucemia crônica.

Sintomas

As células leucêmicas são células anormais, incapazes de desempenhar sua função normal. Elas não conseguem combater infecções. Por esta razão, pacientes de leucemia freqüentemente contraem infecções e apresentam febre.

Além disso, os pacientes muitas vezes apresentam uma quantidade abaixo do normal de glóbulos vermelhos e plaquetas. Como resultado, não há glóbulos vermelhos em número suficiente para transportar oxigênio para o corpo, o que causa a anemia, fazendo com que os pacientes apresentem palidez e sintam fraqueza e cansaço.
Quando há falta de plaquetas no sangue, os pacientes podem apresentar sangramentos e hematomas facilmente.

Listamos abaixo alguns dos sintomas mais comuns de leucemia:

• Febre, calafrios e outros sintomas similares aos de uma gripe comum;
• Cansaço e fadiga;
• Infecções freqüentes;
• Perda de apetite e/ou de peso;
• Inchaço ou aumento dos nódulos linfáticos, fígado ou baço;
• Pequenas pintas vermelhas (chamadas petequias) sob a pele;
• Suor abundante, especialmente durante a noite;
• Dores nos ossos ou nas juntas.

Na leucemia aguda, as células anormais também podem afetar o cérebro ou a espinha (também chamado de sistema nervoso central). Como resultado podem aparecer dores de cabeça, vômitos, confusão mental, perda de controle muscular e tonturas. Também pode atingir testículos, causando inchaço. Há casos de pacientes que desenvolvem problemas nos olhos, na pele, no aparelho digestivo, nos pulmões, nos rins ou em outras partes do corpo.

Na leucemia crônica muitas vezes os sintomas demoram anos para aparecer, e quase sempre a doença é descoberta através de um exame de sangue solicitado por outras razões. Neste tipo de doença, as células malignas podem afetar gradualmente outras partes do corpo tais como a pele, o sistema nervoso central, o aparelho digestivo, os rins e os testículos.

Diagnóstico

Para descobrir a causa dos sintomas, o medico efetua um exame físico, checando o tamanho do fígado, do baço e dos nódulos linfáticos.
Um exame de sangue irá determinar se a pessoa tem ou não a doença, mas pode não ser claro quanto ao tipo de leucemia.

Para estabelecer maiores detalhes, outros exames são solicitados e avaliados por um hematologista (especialista em sangue), oncologista (especialista em câncer), ou patologista (especialista em doenças).

Estes exames podem incluir coletas de sangue ou biópsia da medula óssea (retirada através de uma agulha injetada num osso do corpo, freqüentemente do quadril).

Uma punção lombar (aspiração feita com uma agulha injetada na espinha, que aspira uma amostra do líquido espinhal) também pode ser solicitada para determinar se a doença não se espalhou para a espinha e para o cérebro. Exames de raios-X também podem ser pedidos, para determinar se existem sinais da doença na região do peito.

Possíveis Causas

Até o momento as causas para o surgimento da leucemia não são conhecidas. Pesquisas estão sendo feitas para tentar descobrir o motivo. Os cientistas já sabem que ela ocorre mais em homens do que em mulheres, mais em pessoas da raça branca do que da raça negra. Entretanto, eles não sabem explicar porque uma pessoa desenvolve a doença e outra não.

Através do estudo de pacientes de todo o mundo, os pesquisadores descobriram certos fatores de risco que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver leucemia.

Por exemplo, a exposição a grandes doses de radiação aumenta este risco (por exemplo, a radiação provocada pela explosão de bombas atômicas no Japão durante a 2a. Guerra Mundial, ou o vazamento de radiação na Usina de Chernobyl, na Ucrânia).
Algumas pesquisas sugerem que a exposição a campos eletromagnéticos pode ser um possível fator de risco para desenvolvimento de leucemia (campos eletro magnéticos são um tipo de radiação gerada por linhas de tensão elétrica e aparelhos eletrônicos), entretanto mais estudos são necessários para provar esta teoria.

Algumas condições genéticas podem aumentar o risco de leucemia. Uma delas é a Síndrome de Down, crianças com esta síndrome são mais suscetíveis a desenvolver leucemia do que outras.

Trabalhadores expostos a certas substâncias químicas por um longo período de tempo também apresentam risco maior. O benzeno é uma destas substâncias. Além disso, algumas das drogas utilizadas para combater outros tipos de câncer, podem aumentar o risco de desenvolvimento de leucemia, entretanto os benefícios da quimioterapia são maiores quando comparados a este risco.

Cientistas também identificaram um vírus que parece aumentar o risco de um tipo bastante incomum de leucemia, embora este mesmo vírus não apresente nenhuma associação com o desenvolvimento de formas mais comuns da doença.

Cientistas de todo o mundo continuam a estudar vírus e outros possíveis fatores de risco para a doença. Quando souberem as possíveis causas, os pesquisadores esperam poder entender melhor como prevenir e tratar a doença.

Tratamento

O tratamento para leucemia é complexo (ver tipos de leucemia).
Pode variar de acordo com o tipo da doença, e mesmo assim não é sempre o mesmo para todos os pacientes. O médico, ou a junta médica, irá planejar o melhor tratamento para cada paciente, dependendo do número de células afetadas, se é a primeira manifestação da doença, idade e condições gerais do paciente, entre outros fatores.
Para conhecer mais sobre os tratamentos de leucemia, clique aqui.

Sempre que possível, o paciente deve ser submetido ao tratamento num centro especializado em leucemia, com acompanhamento de hematologistas e/ou oncologistas, que são os médicos especializados em doenças do sangue e câncer, respectivamente.
Pacientes de leucemia crônica que não apresentam sintomas podem não necessitar de tratamento imediato, mas é importante efetuar um acompanhamento constante. Se for necessário tratamento, ele pode controlar a doença e seus sintomas, porém nem sempre este tipo de leucemia é curável.

Muitos pacientes e seus familiares querem aprender tudo o que for possível sobre a doença e opções de tratamento, para que possam tomar as decisões necessárias de maneira correta. O objetivo deste site é fornecer informações gerais sobre a doença para que você possua dados preliminares sobre as diversas etapas de tratamento. Seu médico, entretanto, é a melhor pessoa para tirar dúvidas. Se a equipe não se mostrar disposta a prestar esclarecimentos, não hesite em consultar outras opiniões de especialistas da área.

O que o futuro reserva

Pesquisadores estão neste momento tentando descobrir melhores tratamentos para a leucemia, e as chances de recuperação estão aumentando. Ainda assim, é natural para os pacientes e seus familiares uma preocupação com o futuro.
Algumas vezes nos referimos a índices e percentuais de sobrevivência à doença para tentar saber quais as chances de cura de um paciente, ou quanto tempo irá viver. É importante lembrar que as estatísticas são medidas com base num grande número de pacientes. Elas não servem para prever o que irá acontecer a um determinado paciente, pois não existem duas pessoas exatamente iguais. As formas de tratamento e as respostas variam enormemente.
O medico responsável pelo caso é a melhor pessoa para discutir as chances de recuperação (prognóstico). Pais e familiares devem se sentir à vontade para fazer perguntas aos médicos, estando ciente que nem mesmo eles podem garantir exatamente o que irá acontecer. Os médicos freqüentemente mencionam a “sobrevivência” ao câncer, ou usam a expressão “remissão” ao invés de cura.
Mesmo que muitos pacientes de leucemia estejam curados, os médicos preferem utilizar estes termos, pois não há garantias de que a doença não possa retornar

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